28 de janeiro de 2010

Vamos Procrastinar?



PSICOLOGIA
Procrastinação, o vicio de adiar
Diferir. Adiar. Postergar. Tentar evitar o inevitável, recorrendo a acções irrelevantes, por vezes mesmo de modo irracional. São algumas das definições de procrastinação, uma palavra tão complicada de pronunciar como de difícil compreensão.
Terminar o relatório que deve ser entregue na segunda-feira? É melhor dar uma vista de olhos ao correio para ver se chegou algo.
Limpar a arrecadação e levar as coisas inúteis para o ecoponto? Talvez quando acabar de arrumar os livros por cores na nova estante para ver como ficam…Reunir as facturas para as entregar ao contabilista? Depois de ir espreitar o Facebook para ver se aconteceu alguma coisa… São exemplos banais de um fenómeno que, quando queremos explicá-lo a pessoas que nunca ouviram a palavra, as faz exclamar de imediato: “Ah! Claro que sim, isso já me aconteceu!”
A verdade é que muitos se encaixam na irónica definição dos líderes de amanhã: aqueles que preferem inverterem o ditado e deixar a todo o custo para o dia seguinte o que podiam fazer hoje. Porém, ao contrário dos desocupados, dos preguiçosos e dos impontuais, os procrastinadores têm consciência de que estão a agir de forma incorrecta, sentem-se mal e sabem que isso lhes irá acarretar problemas. Os mandriões têm, simplesmente, pouca vontade de fazer seja o que for, mas não costumam substituir as tarefas de forma consciente por outras.
Os especialistas consideram que a procrastinação pode, igualmente, ser um sintoma de outros problemas, como a depressão ou o distúrbio por défice de atenção com hiperactividade. Todavia não há motivo para alarme: todos procrastinamos, mas nem todos somos procrastinadores, tal como todos podemos manifestar algum tipo de mania ou obsessão, mas não sofrer necessariamente de uma fobia ou de um distúrbio obsessivo-compulsivo.                                          
CORREIO, YOUTUBE, FACEBOOK, e a seguir CORREIO, YOUTUBE, FACEBOOK.
Há muitas piadas sobre este ciclo vicioso que circulam, com diversas variantes, pela internet. Algumas não só são verdadeiras como causam muitos problemas a quem é vítima dele. Uma jornada típica do(a) preguiçoso(a) 2.0 poderia ser assim:
1.Verificar no Outlook se há novos mails.
2.Ver no Youtube alguns dos vídeos que os amigos recomendaram.
3.Já agora, reenviar esses links a outros amigos.
4.Ler os blogues preferidos.
5.Comentar alguns que merecem, sem dúvida, que se dê uma opinião.
6.Já que estamos com a mão na massa, escrever uma nota no próprio blogue, pois ler tanto, inspira.
7.Ver o que se passa no Facebook.
8.Comentar com alguma piada as últimas imagens que os amigos introduziram.
9.Fazer upload das fotos do fim-de-semana passado na praia.
10.Aceitar novos pedidos de amizade.
11.Experimentar o novo joguinho para que foi convidado por um dos amigos.
12.Já agora, ver se aqueles amigos da escola já estão no Facebook.
13.Dar uma vista de olhos pelas manchetes dos jornais, pois temos de estar informados.
14.Também não faria mal investigar um par de coisas no Google que não costumam sair nos diários.
15.Verificar no e-Bay como vão os lanços do leilão em que se está a participar há dias.
16.Confirmar o preço das casas, para ver se finalmente subiram.
17.Meu Deus, como o tempo passa! É melhor ir ver o correio electrónico para verificar se há alguma novidade…
E lá voltamos ao passo 1.
Segundo os investigadores, a procrastinação é mal vista desde a Revolução Industrial, quando surgiram conceitos como a planificação e a data-limite. Mais de metade do tempo que passamos na internet pode ser classificado como inútil. Uns mais, outros menos: todos temos tendência para adiar as obrigações. Mas isso não implica, necessariamente, incompetência profissional: diz-se que Agatha Christie deixava para a última hora a redacção dos seus romances policiais… e escreveu 94!
Para ler artigo completo: SUPER INTERESSANTE 142  (Edição Portuguesa)


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