28 de outubro de 2011

O Quarto Reich ou o Protocolo de Budapeste

Adam LeBor, autor de The Budapest Protocol  apresenta o seu livro de forma concisa mas fascinante e dizendo que é “ficção” acrescenta logo que ele se baseia em documentos reais da “intelligence” americana de 1944… Estamos, portanto, entendidos sobre a “ficção” e os seus fundamentos e origens. 
O livro mereceu, nesta edição portuguesa, uma certeira crítica de Filipe Luís, na ‘Visão’. Diz o redactor da revista que “a guerra pode já ter começado”… Não da forma que se espera que as guerras comecem mas de uma outra: a guerra económica. E acrescenta: “No livro, Adam Lebor ficciona sobre um suposto directório alemão, que teria como missão restabelecer o domínio da Alemanha, não pela força das armas, mas da economia”. “Suposto directório…” Sim talvez seja “suposto”. Mas há anos que gente ligada à secreta inglesa garante que esse “directório” existe mesmo. E vão, antecipadamente, revelando os passos seguintes da sua estratégia. E não se têm enganado… Os livros, às vezes, têm destas coisas, é através da “ficção” que se chega à realidade e aos conceitos teóricos que a explicam. Como este de “guerra económica”… Welcome, Filipe Luís. 
Prossegue o crítico: “a inflamada declaração de Angela Merkel, numa entrevista à televisão pública alemã, ARD, em que sugere a perda de soberania para os países incumpridores das metas orçamentais, bem como a revelação sobre o papel da célebre família alemã Quandt, durante o Terceiro Reich, ligam-se, como peças de puzzle, a uma cadeia de coincidências inquietantes. Gunther Quandt foi, nos anos 40, o patriarca de uma família que ainda hoje controla a BMW e gere uma fortuna de 20 mil milhões de euros. Compaghon de route de Hitler, filiado no partido Nazi, relacionado com Joseph Goebbels, Quandt beneficiou, como quase todos os barões da pesada indústria alemã, de mão-de-obra escrava, recrutada entre judeus, polacos, checos, húngaros, russos, mas também franceses e belgas. Depois da guerra, um seu filho, Herbert, também envolvido com Hitler, salvou a BMW da insolvência, tornando-se, no final dos anos 50, uma das grandes figuras do milagre económico alemão. Esta investigação, que iliba a BMW mas não o antigo chefe do clã Quandt, pode ser a abertura de uma verdadeira caixa de Pandora. Afinal, o poderio da indústria alemã assentaria diretamente num sistema bélico baseado na escravatura, na pilhagem e no massacre. E os seus beneficiários nunca teriam sido punidos, nem os seus empórios desmantelados.  As discussões do pós-Guerra, incluíam, para alguns estrategas, a desindustrialização pura e simples da Alemanha – algo que o Plano Marshal, as necessidades da Guerra Fria e os fundadores da Comunidade Económica Europeia evitaram. Assim, o poderio teutónico manteve-se como motor da Europa. Gunther e Herbert Quandt foram protagonistas deste desfecho.
Esta história invoca um romance recente de um jornalista e escritor de origem britânica, a viver na Hungria, intitulado “O protocolo Budapeste”. No livro, Adam Lebor ficciona sobre um suposto directório alemão, que teria como missão restabelecer o domínio da Alemanha, não pela força das armas, mas da economia. Um dos passos fulcrais seria o da criação de uma moeda única que obrigasse os países a submeterem-se a uma ditadura orçamental imposta desde Berlim. O outro, descapitalizar os Estados periféricos, provocar o seu endividamento, atacando-os, depois, pela asfixia dos juros da dívida, de forma a passar a controlar, por preços de saldo, empresas estatais estratégicas, através de privatizações forçadas. Para isso, o directório faria eleger governos dóceis em toda a Europa, munindo-se de políticos-fantoche em cargos decisivos em Bruxelas – presidência da Comissão e, finalmente, presidência da União Europeia. 
Adam Lebor não é português – nem a narração da sua trama se desenvolve cá. Mas os pontos de contacto com a realidade, tão eloquentemente avivada pelas declarações de Merkel, são irresistíveis. Aliás, “não é muito inteligente imaginar que numa casa tão apinhada como a Europa, uma comunidade de povos seja capaz de manter diferentes sistemas legais e diferentes conceitos legais durante muito tempo.” Quem disse isto foi Adolf Hitler. A pax germânica seria o destino de “um continente em paz, livre das suas barreiras e obstáculos, onde a história e a geografia se encontram, finalmente, reconciliadas” – palavras de Giscard d’Estaing, redator do projeto de Constituição europeia. 
É um facto que a Europa aparenta estar em paz. Mas a guerra pode ter já recomeçado.”

Fonte:    Inteligência Económica 
Editora: Alfabeto

27 de outubro de 2011

As mentiras que justificam o elevado preço dos combustíveis em Portugal


Apesar da crise económica, os lucros da Galp não param de subir. Subida de 43% em 2010 em relação ao ano anterior, ou seja 306 milhões de euros, sendo que a Galp domina mais de 50% do mercado de combustíveis em Portugal. 
A pergunta que impõe é: porque é que os preços de venda ao público são tão elevados? As petrolíferas defendem-se com argumentos amplificados por alguns media.
                                                                                                    
A principal razão dos elevados preços de venda ao público dos combustíveis em Portugal é a carga fiscal.


Falso. É verdade que a carga fiscal é elevada, mas não mais do que na média dos países europeus, bem pelo contrário. No gasóleo a carga fiscal era de 48,2% do preço de venda em 2010, enquanto a média da União Europeia era de 50,1%. Na gasolina era de 59,6% em Portugal, sendo ligeiramente inferior na União Europeia: 57,2%. A venda de gasóleo é 3 vezes superior à da gasolina.

A Galp afirma não deter o monopólio da refinação no país.

Falso. Em Portugal existem duas refinarias: a de Sines e a do Porto, sendo a de Sines uma das maiores da Europa. Ambas são da Galp. Um aumento dos lucros da Galp deve-se ao facto da margem de refinação ter vindo a aumentar, não sendo sujeita a qualquer controlo, quer do governo, quer da Autoridade da Concorrência, dos preços até à saída da rafinaria.

 Assim, entre 2009 e 2010 o aumento da margem de refinação teve um aumento de 80%, passando de 1,5 dólares para 2,6 dólares por barril.

A variação do preço do combustíveis reflete a variação do preço mundial do petróleo.

Falso. Parte dos elevados lucros provem do chamado “efeito stock” que resultam desta empresa ter adquirido o petróleo que consumiu na produção de combustíveis a um preço inferior àquele que depois facturou aos consumidores. Esses lucros são assim obtidos de forma especulativa e à custa dos consumidores. Além disso, as descida do preços dos combustíveis nunca acompanha as descidas do preços do petróleo, apesar do inverso acontecer.

As petrolíferas dizem não existir qualquer concertação de preços em relação aos combustíveis.

Falso. Apesar da Autoridade da Concorrência continuar a afirmar não encontrar indícios de concertação de preços no sector dos combustíveis, a simples abertura por parte da Galp de um posto de gasolina de baixo custo, no ano passado, vem dar razão a quem pensa o contrário.
É evidente a inoperância do regulador da concorrência português face aos excessivos preços dos combustíveis. O presidente do ACP vai mais longe numa entrevista à Lusa: «O presidente e os órgãos da Autoridade da Concorrência são nomeados pelo Governo e 28 por cento dos impostos dos portugueses vêm do sector automóvel. Não convém ao Governo que a Autoridade da Concorrência vá até ao fundo da questão».
O facto de os automobilistas verem preços iguais nas bombas de combustíveis é explicado por Manuel Sebastião, presidente da Autoridade da Concorrência, aos deputados da Comissão de Assuntos Económicos e Energia: ""Copiar os preços não constitui qualquer ilícito"...

Isto só demonstra que Portugal detém a maior taxa Europeia de Terrorismo Económico junto da sua população. Temos dos salários mínimos mais baixos da Europa e em simultâneo os bens e serviços são dos mais elevados. Se isto não é ser governado por 'mafiosos', então expliquem-me o que é. Quando todos os dias somos confrontados com a promiscuidade de quem detém o poder que começa com o que eles 'ganham' passando pelo que usurpam (legalmente), digam-me se o Al Capone faria melhor. * 

http://economico.sapo.pt/noticias/lucro-da-galp-sobe-43-para-306-milhoes_110919.html

http://www.eugeniorosa.com/Sites/eugeniorosa.com/Documentos/2011/11-2011-Lucros-GALP-2010.pdf

http://aeiou.expresso.pt/energia-ferreira-de-oliveira-nega-que-galp-detenha-monopolio-da-refinacao=f405582

http://www.abae.pt/programa/EE/escola_energia/2006/Conteudos/sala2/sala2_14.htm

http://www.galpenergia.com/PT/agalpenergia/os-nossos-negocios/Refinacao-Distribuicao/ARL/Refinacao/RefinariaSines/Paginas/Refinaria-de-Sines.aspx

http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?channelid=00000011-0000-0000-0000-000000000011&contentid=EABA8BDE-608F-4E12-8653-D9F0D4A37885

http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/combustiveis-acp-concertacao-governo-comissao-europeia-cavaco/1190165-1730.html

Fonte: Octopus
       *: Opinião pessoal

25 de outubro de 2011

BES: quando um banco participa no Conselho de Ministros !...

O presidente do BES, Ricardo Salgado, entrou pelas 18h05 na Presidência do Conselho de Ministros, no passado dia 13, onde o Executivo está a discutir o Orçamento do Estado para 2012.


À entrada, o banqueiro não falou aos jornalistas.

Antes que alguém suspeitasse que o banqueiro estivesse ali para falar dos milhões de dinheiros públicos a entregar à banca, das privatizações, dos benefícios fiscais, Ricardo Salgado acabaria por «revelar» o motivo da sua presença: «questões de imigração», disse.


Neste edifício o Conselho de Ministros estava reunido desde 08h30 para aprovar o Orçamento do Estado de 2012.


http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/bes-ricardo-salgado-conselho-de-ministros-imigracao-crise-agencia-financeira/1289017-1730.html



Não admira que tivesse considerado este Orçamento de "enorme coragem". Não esquecer que, além das medidas draconianas para a quem vive dos seus rendimentos, Portugal tem no programa de assistência assinado com a "troika", 12 mil milhões de euros previstos para a recapitalização dos bancos portugueses.


Esta "visita" de Ricardo Salgado vem mais uma vez demonstrar que no comando do país, como alias na União Europeia está, de facto, o capital financeiro.


Esta "visita" do banqueiro, é uma velha tradição de família, os Espírito Santo sempre tiveram uma relação privilegiada com o poder político em Portugal, e esta relação teve o seu ponto alto no tempo do fascismo.


Um Governo que recebe a família Espírito Santo enquanto discute o Orçamento de Estado é um Governo que reconhece, tão bem como o anterior, a voz do dono.

Por: Octopus

22 de outubro de 2011

Outro Senhor do Mal Cai

Até que enfim morreu.
 Tinha que ser: Khadafi era mau.
Fez coisas horríveis, é verdade.
 Não piores de quanto já fizeram um Obama ou um Cameron qualquer, mas sempre horríveis.
 E, sobretudo, Khadafi era estúpido: não teve a capacidade de escolher o campo dos Bons.
 Sobretudo era velho, desactualizado: Khadafi era um dinossauro analógico num mundo digital em contínua evolução.

 
Khadafi pensava que se o petróleo nascia na Líbia, então tinha que pertencer aos Líbios: pode-se dialogar com um individuo destes?
Khadafi pensava que um banco central tivesse de que ser controlado pelo governo: ridículo, fora de moda.

 
Khadafi acreditava ainda na resistência, na luta física, quando hoje os grandes conflitos são perpetrados com teclas. Por isso foi morto por tropas especiais camufladas de rebeldes, por alqaedistas armados pelos Americanos.
Dizem que lutou até o fim: honra para ele, no meio de burocratas que matam com cortes nas pensões ou banqueiros que arruínam vidas com assets.

 
Nos telejornais podemos ver as imagens do corpo dele, pisado, empurrado por Árabes. É importante que sejam Árabes a fazer isso, todos têm que ver como Khadafi era odiado no seu próprio País.

 
Ao mesmo tempo outras duas mensagens chegam com aquelas imagens.

 
A primeira, a mais evidente, é que foram os Árabes que mataram o homem, não nós ocidentais, que estamos inocentes.
Se Khadafi tivesse caído nas nossas mãos, teria sido morto, com certeza, mas só após um processo farsa, não assim no meio da rua.

 
A segunda mensagem, menos palpável mas nem por isso não presente, é que os Árabes são animais: mesmo os que lutam para "libertar" o País deles, são como bestas ferozes que não resistem perante a vista do sangue e do inimigo ferido.
Nós, os ocidentais, não somos assim, somos bem educados.

 
Mas que interessa isso num dia como o de hoje?
Um outro Senhor do Mal morreu, derrotado pela Justiça: é isso que interessa.
Após o bom Bin Laden, após o Número Dois de Al-Qaeda, agora é a vez de Khadafi.

 
Quem sobra?
A Coreia por enquanto está debaixo do chapéu chinês, pelo que não conta.
Cuba já não é o que era.
Chavez? Cão que ladra não morde.

 
Por isso temos Bashar al-Asad, na Síria, e toda a banda de Teheran, no Irão.
Um pior do que os outros, todos Senhores do Mal.

 
Não sei porquê, mas se eu fosse al-Asad não faria planos de longo prazo.

 
 
Ipse dixit.
Fonte:   Octopus    e    Informação Incorrecta
 

20 de outubro de 2011

Perturbador. Sem nos assustar-mos, pensemos nisto.

Supostamente, os governos foram inventadas para tornar a vida humana mais fácil e segura, mas os governos acabam sempre por escravizar a humanidade.
Aquilo que nós criamos para nos "servir" acaba por dominar-nos.

O problema com a tese de "Estado como servidor" é que é completamente falsa, tanto empírica como logicamente.
A ideia de que os estados foram criados voluntariamente por cidadãos para melhorar a sua própria segurança é absolutamente falsa.

       Quando olhas para um mapa do mundo, não estás a olhar para países, mas para viveiros.





                              

Realidade Crua e Dura


17 de outubro de 2011

A NOVA LINGUAGEM USADA PELOS DONOS DO MUNDO


                                                       



Em nome do imperialismo humanitário, da atrocidade bondosa e do holocausto benfeitor, intensificamos a agressão pacífica, o bombardeio filantrópico, o extermínio vivificante e o genocídio benévolo para assegurar o arrebatamento honrado, o saqueio generoso e a pilhagem altruísta...


Multiplicando as guerras preventivas, expandimos o assassinato profiláctico, o extermínio saudável, a hecatombe caritativa e a matança benfeitora para impor a barbárie progressista, a democracia oligárquica, o racismo tolerante, o encarceramento libertador, a tortura compassiva e a opressão redentora. Tão elevados fins justificam os meios da fraude informativa, da notícia inventada e a tergiversação verídica que, apoiadas na ocultação transparente, na ignorância ilustrada e na mentira confiável evidenciam a elevada baixeza do nosso oportunismo ético, etapa superior da prostituição moralista que nos assegura a verdadeira mentira da eternidade efémera da omnipotência impotente.
                                                                                      
Ler Artigo Completo em: Jader Resende
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