11 de março de 2013

Correio da Manhã viola várias vezes o direito de resposta às suas notícias

O pasquim do Correio da Manha (sem til), uma merda a que chamam jornal, continua com o mesmo sistema  de 'divulgação' de notícias utilizado nos países mais atrasados do mundo.


São várias queixas apresentadas na ERC, inclusive uma queixa do Tugaleaks. A reposição do direito de resposta por vezes não chega a ser cumprida.
Nas várias vezes que a ERC recebe queixas por degradação de direito de resposta, ou mesmo a recusa na sua publicação, o Correio da Manhã encontra-se sempre como culpado e obrigado a publicar a informação. Em alguns casos, detectamos que é alterado o conteúdo do direito de resposta. Provavelmente para favorecer o jornal. É contrário à lei, existem vários exemplos, mas não existe investigação ou coimas mais altas.

A deliberação 39/DR-I/2011 refere-se a uma “alegada denegação do exercício do direito de resposta, referente a um texto de opinião publicado no dia 13 de Outubro de 2011”. O direito de resposta foi concedido, e o Correio da Manhã se não o publicasse teria uma multa diária de 500EUR.
Já na deliberação 32/DR-I/2012 “o jornal não confirma ter negado a publicação do direito de resposta, sustentando não ter conhecimento do pedido.”. Mas, conforme e-mail remetido à ERC, o mesmo foi enviado para o endereço da direcção do CM. A deliberação foi favorável, e determinou “a publicação do texto de resposta do Recorrente, com o mesmo relevo e apresentação do escrito respondido, de uma só vez, sem interpolações nem interrupções, devendo o texto ser precedido da indicação de que se trata de direito de resposta e acompanhado da menção de que a publicação é efectuada por efeito de deliberação do Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social”. Assim se presume ter sido feito.
Por fim, a deliberação 39/DR-I/2012 que também trata da “alegada recusa, por parte do Recorrido, da publicação de um texto de resposta do ora Recorrente” terminou em “sensibilizar o jornal ao cumprimento das normas legais que regulamentam o exercício do direito de resposta, previsto no artigo 24º e seguintes da Lei de Imprensa”. Não se sabe se foi publicado o direito de resposta...
Para ler o artigo completo: http://www.tugaleaks.com/


Europa salvou os bancos mas arrisca-se a perder uma geração, diz Martin Schulz

Os países da UE são “campeões do mundo” a fazer cortes, mas não a pensar medidas para o crescimento, diz o presidente do Parlamento Europeu.




A Europa gastou milhões de euros para resgatar os bancos, mas, com a crise e os actuais níveis de desemprego, em particular entre os jovens, arrisca-se a perder uma geração, considera o presidente do Parlamento Europeu.

Em entrevista à Reuters, o alemão Martin Schulz identifica a perda de confiança dos cidadãos na capacidade de a União Europeia resolver os seus problemas como “uma das principais ameaças” da própria UE. “E se a nova geração perde confiança, penso que é a UE que está verdadeiramente em perigo”, diz...

Desde o início da crise das dívidas soberanas, com o primeiro resgate financeiro à Grécia, ao qual se seguiram as intervenções na Irlanda, em Portugal e a aplicação de planos de ajustamento em Espanha e Itália, a zona euro criou mecanismos de estabilização financeira e reforçou as regras orçamentais e de controlo sobre as políticas nacionais...

“Grécia, Espanha e Itália têm, talvez, as gerações mais qualificadas da sua história”. Os pais investiram na educação dos filhos e “agora, que estão prestes a entrar no mercado de trabalho, a sociedade diz-lhes: ‘Não há lugar para vocês’”, critica Schulz. “Estamos a criar uma geração perdida”...

Ler artigo completo em www.publico.pt

8 de março de 2013

Choremos, pois!




Choremos pelos contribuintes do norte da Europa
por Daniel Oliveira

O Banco Central Europeu aumentou os seus lucros no ano passado. Em apenas um ano, 37%. Segundo o próprio e o "Wall Street Journal", isso deveu-se, em parte, ao resgate à Grécia. O seu excedente, por exemplo, que em 2011 já fora de 1,894 milhões de euros, passou, em 2012, para 2,164 milhões de euros.

Mas o BCE está longe de ser o único beneficiário público da desgraça das economias do sul da Europa. Recentemente, o governo da Holanda fez saber que, "no total, o Banco da Holanda irá lucrar 3,2 mil milhões no período 2013-2017 com a participação em operações relacionadas com a crise ". O Estado holandês, através de engenharia financeira, assumiu uma garantia de 5,7 mil milhões ao Banco da Holanda . Em contrapartida, o banco transferiu para o Estado os lucros resultantes das suas operações de ajuda a Estados e bancos. Esse dinheiro permitiu a nacionalização do SNS Reaal (que se arruinou com operações imobiliárias em 2006, apostando em activos tóxicos em Espanha) e o cumprimento das metas do défice. Vale a pena recordar que Jeroen Dijsselbloem, ministro das Finanças holandês, é presidente do Eurogrupo. E ele mesmo assumiu que, apesar dos riscos destas operações de ajuda às economias em aflição, a Holanda terá "ganhos substanciais".

Sabe-se também que, graças a turbulência na generalidade das economias europeias, a Alemanha, dos poucos portos seguros que restam para quem queira guardar o seu dinheiro - e nunca houve tanto dinheiro para guardar -, tem conseguido financiar-se sem custos ou mesmo com juros negativos.

Sempre que ouço os comentadores domésticos verterem lágrimas pelos contribuintes do norte da Europa, vítimas da irresponsabilidade grega, portuguesa e italiana, não consigo deixar de sorrir. Pelo contrário, enquanto a crise económica não chegar a sério a estes países, a situação aflitiva dos países do Sul e os resgates que têm sido obrigados a aceitar - e que têm tido como únicas consequências o agudizar das suas crises e aumento das suas dívidas -, têm sido excelentes notícia para os contribuintes do norte da Europa obrigados, como nós, a pagar as irresponsabilidades dos banqueiros.

Não, Alemanha, Holanda e outras economias europeias não estão a financiar a dívida dos países do Sul. Pelo contrário, as dívidas dos países do sul é que estão a financiar estes Estados. Os contribuintes dos países intervencionados têm pago a relativa estabilidade financeira dos países que financiam os resgates.

Dirão que as coisas são assim mesmo e que só nós somos responsáveis pela nossa situação. Não é bem assim, mas guardo esse debate para a próxima semana, mostrando aqui como a moeda única acentuou os desequilíbrios estruturais já existentes na Europa. Mas mesmo que isso fosse verdade, seria talvez altura de abandonar tanta gratidão para com os nossos credores, sobretudo pelos pobres contribuintes alemães e holandeses. Às vezes, e sobretudo na finança e na política, um pouco de cinismo não é mau conselheiro.

Em: Semanário Expresso  8-3-2013
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