Será que o que digo faz sentido,
Estarei eu nas minhas faculdades normais,
É que são muitas as vezes que me mandas ir ao médico,
E hoje insististe,
Hoje eu sei porque à um tempo atrás eu não fui embora,
Não fui porque temia sentir essa dor que estou sentindo agora...
Temia dizer adeus...
Temia te perder.
Hoje a fome não me dói..
A sede não me importa...
O sono não me encontra...
As cores não existem...
Os sons não me agradam...
O tempo não passa...
A minha mente não descansa...
A tua falta me preocupa...
A saudade me consome...
A vida me perde....
Difícil é conseguir andar em frente quando perdes o motivo pelo qual caminhas...
Difícil olhar para trás e saber que o tempo não retorna...
Difícil não entender e tentar explicar...
Difícil é perder e não poder chorar...
Difícil é saber e não querer acreditar...
Com, Rafael Torres de "O Pensador"
31 de dezembro de 2009
29 de dezembro de 2009
28 de dezembro de 2009
Falemos um pouco de gente que mente...
Há tantas variedades de mentirosos como de espécies de borboletas.
-Há o homem que mente porque é bem educado: esse, é um homem da sociedade.
-Há o homem que mente para divertir os outros: esse é um poeta.
-Há o homem que mente por dever: esse é um santo.
-Há o homem que mente por interesse, por egoísmo ou por cobardia: esse é um malandro.
-Há o homem que mente por prazer: esse é um mentiroso.
- E, por fim, há o homem que mente às mulheres: esse não mente.
Francis de Croisset, Nos Marionnettes (1928).
26 de dezembro de 2009
Lynda Lemay - Une mère
Para ti, Querida Mãe; Para ti mulher, Mãe dos meus filhos; Para todas as Mães, BOAS FESTAS
19 de dezembro de 2009
Doidas e Tarados no Facetuga
Com mais de 900mil utilizadores, a "nossa" rede social dá sinais de enlouquecer
A palavra do ano de 2009 segundo o "New Oxford Dictionary" foi sacada do Facebook e é unfriend que significa remover um utilizador da categoria de 'amigo'. Tipo 'desamigar' ou 'anulamigar'. É um verbo, uma acção, um enxotar. Mas mesmo assim menos violenta que bloquear - que é um acto de snipper, que visa evaporizar alguém, em vez de apenas o retirar da vista. Desamigar é um fazer 'desaparecer' da minha propriedade, mas não um é passeio de helicóptero com um ditador sul-americano dos anos 70. Para mais não ser visto.
O que me parece relevante é que a palavra deste ano seja uma reacção negativa no meio de toda a terminologia criada sobre a rede social Facebook. Não é um acto de hossana à amizade 'facebuquiana' mas um corte de relações. É um xóó.
Isto do Face não é apenas uma obsessão minha - até já saí de lá há umas semanas (um dia de cada vez, um dia de cada vez...). Em Janeiro deste ano o número de utilizadores em Portugal era de 150 mil. Hoje ultrapassa os 910 mil, e tem já grande incidência nas gerações mais cotas. Tal equivale a um aumento de 507% este ano. O que deverá ter efeitos na produtividade nacional. A nível mundial atingiu os 300 milhões de utilizadores, metade dos quais entre os 25 e os 44 anos.
E a verdade é que nos últimos meses a vida no FB português parece estar a mudar e a perder a sua inocência - verdade seja dita que a parte nebulosa dos relacionamentos amorosos tenha estado no subtexto por baixo do muro (alguns psiquiatras garantem que 'Facebook' é hoje das palavras mais ouvidas nos seus consultórios). Já diziam em 2008 os e-sarcásticos que o Facebook é o sonho tornado realidade dos stalkers, dos voyeurs, da CIA e do FBI, e não é mais que um concurso de popularidade que consiste em reunir pontos a que chamam 'amigos'. Ora tudo isso se regista também no caso português. Mas com quase um milhão de contas neste pequeno rectângulo a asfixia provinciana começa a revelar-se.
Em nove meses de Facebook arranjei uma imagem parva de face-playboy que criei no início para criar buzz para crónicas. Em Agosto fui 'alvo' de uma escroque profissional quarentona que ataca no Face para chantagear e está 'adormecida' a recolher info à espera do momento ideal. Fui convidado pela Sociedade Civil da RTP2 como alegre 'viciado' no Facebook. Uma finalista de jornalismo chegou ao desplante de querer escrever a sua tese final sobre o meu "comportamento no Face".
As histórias bizarras que me foram chegando, de mails nocturnos, guerras por trás do wall, zangas entre 'amigas fecebuquinas', comportamentos bizarros de santinhos, foram-se multiplicando. Uma alegria.
Mas perigosa. As mulheres (e homens...) perceberam que estão mesmo efectivamente vulneráveis a todo o tipo de tarados com que se cruzaram ao longo da vida e que, obviamente, percebem que este é o meio caído do céu para se 'vingarem', para aterrorizar e regressarem através de perfis falsos e de forma sistemática como só mentes doentes conseguem fazer.
Unfriend, 'desamigação' é assim um termo aplicável. Cada vez mais se vai constatando que os colectores orgulhosos de milhares de 'amigos' vão sendo substituídos por perfis fechados, em cocooning, em casulo, com apenas algumas dezenas pessoas. E depois há as notícias de patrões que despedem e seguradoras que descobrem via face. A realidade é lixada.
E quem hoje já tem uns meses desta rede social já consegue perceber o que quer dizer facechulo, facementiroso, facepêga, facejunkie, facecrise de meia-idade, facefilósofo, face-espião, facesnob, facemarmelanço, face-encornanço, facegaranhão, face-rainha, face-youtuber, facegenocídio, facebeicinho, face-suicídio, faceautista, facebipolar e podia continuar... Quem começa a desamigar vai por tipologias.
Estou com facenáusea. Se visse mais algum noviço a descobrir eufórico o vídeo do "Into My Arms" do Nick Cave, ou perder uma ovelhinha do Farmville deixaria de perceber porque é que algum dia voltarei a defender aguerridamente as redes sociais. Quase de certeza o Facebook. Por ora, continuemos o facedetox. Um dia de cada vez, um dia de cada vez...
A lista de 2009 - Na lista da Palavra do Ano constavam termos que significam "escrever sms enquanto se conduz" (Intexicated) ou ou um "banco falido que continua a funcionar com subsídios do governo" (Zombie Bank), uma tatoo nas costas de uma mulher (Tramp Stamp) ou "celebridade morta" (Deleb).
in Expresso, Luís Pedro Nunes
A palavra do ano de 2009 segundo o "New Oxford Dictionary" foi sacada do Facebook e é unfriend que significa remover um utilizador da categoria de 'amigo'. Tipo 'desamigar' ou 'anulamigar'. É um verbo, uma acção, um enxotar. Mas mesmo assim menos violenta que bloquear - que é um acto de snipper, que visa evaporizar alguém, em vez de apenas o retirar da vista. Desamigar é um fazer 'desaparecer' da minha propriedade, mas não um é passeio de helicóptero com um ditador sul-americano dos anos 70. Para mais não ser visto.
O que me parece relevante é que a palavra deste ano seja uma reacção negativa no meio de toda a terminologia criada sobre a rede social Facebook. Não é um acto de hossana à amizade 'facebuquiana' mas um corte de relações. É um xóó.
Isto do Face não é apenas uma obsessão minha - até já saí de lá há umas semanas (um dia de cada vez, um dia de cada vez...). Em Janeiro deste ano o número de utilizadores em Portugal era de 150 mil. Hoje ultrapassa os 910 mil, e tem já grande incidência nas gerações mais cotas. Tal equivale a um aumento de 507% este ano. O que deverá ter efeitos na produtividade nacional. A nível mundial atingiu os 300 milhões de utilizadores, metade dos quais entre os 25 e os 44 anos.
E a verdade é que nos últimos meses a vida no FB português parece estar a mudar e a perder a sua inocência - verdade seja dita que a parte nebulosa dos relacionamentos amorosos tenha estado no subtexto por baixo do muro (alguns psiquiatras garantem que 'Facebook' é hoje das palavras mais ouvidas nos seus consultórios). Já diziam em 2008 os e-sarcásticos que o Facebook é o sonho tornado realidade dos stalkers, dos voyeurs, da CIA e do FBI, e não é mais que um concurso de popularidade que consiste em reunir pontos a que chamam 'amigos'. Ora tudo isso se regista também no caso português. Mas com quase um milhão de contas neste pequeno rectângulo a asfixia provinciana começa a revelar-se.
Em nove meses de Facebook arranjei uma imagem parva de face-playboy que criei no início para criar buzz para crónicas. Em Agosto fui 'alvo' de uma escroque profissional quarentona que ataca no Face para chantagear e está 'adormecida' a recolher info à espera do momento ideal. Fui convidado pela Sociedade Civil da RTP2 como alegre 'viciado' no Facebook. Uma finalista de jornalismo chegou ao desplante de querer escrever a sua tese final sobre o meu "comportamento no Face".
As histórias bizarras que me foram chegando, de mails nocturnos, guerras por trás do wall, zangas entre 'amigas fecebuquinas', comportamentos bizarros de santinhos, foram-se multiplicando. Uma alegria.
Mas perigosa. As mulheres (e homens...) perceberam que estão mesmo efectivamente vulneráveis a todo o tipo de tarados com que se cruzaram ao longo da vida e que, obviamente, percebem que este é o meio caído do céu para se 'vingarem', para aterrorizar e regressarem através de perfis falsos e de forma sistemática como só mentes doentes conseguem fazer.
Unfriend, 'desamigação' é assim um termo aplicável. Cada vez mais se vai constatando que os colectores orgulhosos de milhares de 'amigos' vão sendo substituídos por perfis fechados, em cocooning, em casulo, com apenas algumas dezenas pessoas. E depois há as notícias de patrões que despedem e seguradoras que descobrem via face. A realidade é lixada.
E quem hoje já tem uns meses desta rede social já consegue perceber o que quer dizer facechulo, facementiroso, facepêga, facejunkie, facecrise de meia-idade, facefilósofo, face-espião, facesnob, facemarmelanço, face-encornanço, facegaranhão, face-rainha, face-youtuber, facegenocídio, facebeicinho, face-suicídio, faceautista, facebipolar e podia continuar... Quem começa a desamigar vai por tipologias.
Estou com facenáusea. Se visse mais algum noviço a descobrir eufórico o vídeo do "Into My Arms" do Nick Cave, ou perder uma ovelhinha do Farmville deixaria de perceber porque é que algum dia voltarei a defender aguerridamente as redes sociais. Quase de certeza o Facebook. Por ora, continuemos o facedetox. Um dia de cada vez, um dia de cada vez...
A lista de 2009 - Na lista da Palavra do Ano constavam termos que significam "escrever sms enquanto se conduz" (Intexicated) ou ou um "banco falido que continua a funcionar com subsídios do governo" (Zombie Bank), uma tatoo nas costas de uma mulher (Tramp Stamp) ou "celebridade morta" (Deleb).
in Expresso, Luís Pedro Nunes
Let's face it
Pergunta-se a alguém porque está no Facebook e a primeira resposta é: "porque me interessa profissionalmente, para estabelecer contactos". Como - um tipo é dentista (ou fotógrafo, ou canalizador ou advogado) e angaria clientes no Facebook? "Não, claro, que não!", respondem logo. Então? Porque têm negócios ou produtos que lhes interessa divulgar - resposta nº 2. Ah, então é uma rede de comerciantes, que aproveitam a publicidade grátis? "Bem, também não", respondem, já levemente embaraçados. Afinal, insisto, é porquê? "Por exemplo: serve para encontrar os antigos colegas da Primária ou do Liceu" - resposta nº 3, já levemente irritada. (E eu fico a pensar para comigo: interessa-me assim tanto encontrar os antigos colegas do Liceu ou da Primária? Francamente, não. Eles que me perdoem, mas a vida não se faz a andar para trás). Passemos, então, a outro tipo de dúvidas que a minha curiosidade gostaria de ver esclarecidas.
F tem 1243 'amigos' e 'amigas' registadas - uma multidão (e eu que detesto multidões...).
- Tens mesmo 1243 amigos?
- Não, claro que não!
- Então porque estão registados como teus amigos?
- Porque pediram e eu os aceitei.
- Se os aceitaste é porque os queres como amigos: tens de lhes escrever de vez em quando, mandar notícias, responder quando eles escrevem...
- Só respondo quando quero. E à maior parte não respondo.
- Não consigo perceber...
- O quê?
- É que toda a gente diz o mesmo, quando pergunto isto: que só têm essas legiões de amigos porque lhes pediram e eles aceitaram. Parece que ninguém pede, toda a gente se limita a aceitar; e, depois, todos juram que só respondem a alguns. Sendo assim, não consigo entender como e para quê, têm esses 'amigos todos'.
Fim de conversa.. Já fiz esta conversa várias vezes, já tive esta discussão com amigos inúmeras vezes e ninguém sai da sua: eles do Facebook, eu da minha perplexidade. Na verdade, só há uma resposta que eu entenderia: estão no Facebook porque não conseguem enfrentar a solidão e vivemos um tempo em que, quanto mais se comunica, quanto mais se fala, quanto mais se apregoa, mais a solidão é funda e irremediável. E o Facebook é o instrumento perfeito para criar a ilusão de que não se está sozinho, mas acompanhado por uma vastidão de amigos. Basta escolher um 'perfil', carregar num botão e esperar que um desconhecido nos aceite como amigo. E, se esse não aceitar, há mais uns milhões, o universo todo, para tentar de novo. Quem disse que é difícil fazer amigos? Que é difícil encontrar pessoas interessantes? Que, hoje em dia, não há tempo para conhecer pessoas novas? Que as relações humanas são complicadas? Eis o instrumento que veio pôr fim a tudo isso. Agora, com o Facebook, só está só quem quer.
Essa explicação eu entenderia: é séria, é real, é humilde. Só que, essa, ninguém a dá. Menos ainda se atreverão a confessar outro tipo de razões pelas quais eu desconfio que muita dessa Humanidade perde...
Para ler o artigo completo:
http://domingastico.blogspot.com/
F tem 1243 'amigos' e 'amigas' registadas - uma multidão (e eu que detesto multidões...).
- Tens mesmo 1243 amigos?
- Não, claro que não!
- Então porque estão registados como teus amigos?
- Porque pediram e eu os aceitei.
- Se os aceitaste é porque os queres como amigos: tens de lhes escrever de vez em quando, mandar notícias, responder quando eles escrevem...
- Só respondo quando quero. E à maior parte não respondo.
- Não consigo perceber...
- O quê?
- É que toda a gente diz o mesmo, quando pergunto isto: que só têm essas legiões de amigos porque lhes pediram e eles aceitaram. Parece que ninguém pede, toda a gente se limita a aceitar; e, depois, todos juram que só respondem a alguns. Sendo assim, não consigo entender como e para quê, têm esses 'amigos todos'.
Fim de conversa.. Já fiz esta conversa várias vezes, já tive esta discussão com amigos inúmeras vezes e ninguém sai da sua: eles do Facebook, eu da minha perplexidade. Na verdade, só há uma resposta que eu entenderia: estão no Facebook porque não conseguem enfrentar a solidão e vivemos um tempo em que, quanto mais se comunica, quanto mais se fala, quanto mais se apregoa, mais a solidão é funda e irremediável. E o Facebook é o instrumento perfeito para criar a ilusão de que não se está sozinho, mas acompanhado por uma vastidão de amigos. Basta escolher um 'perfil', carregar num botão e esperar que um desconhecido nos aceite como amigo. E, se esse não aceitar, há mais uns milhões, o universo todo, para tentar de novo. Quem disse que é difícil fazer amigos? Que é difícil encontrar pessoas interessantes? Que, hoje em dia, não há tempo para conhecer pessoas novas? Que as relações humanas são complicadas? Eis o instrumento que veio pôr fim a tudo isso. Agora, com o Facebook, só está só quem quer.
Essa explicação eu entenderia: é séria, é real, é humilde. Só que, essa, ninguém a dá. Menos ainda se atreverão a confessar outro tipo de razões pelas quais eu desconfio que muita dessa Humanidade perde...
Para ler o artigo completo:
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