Nos últimos anos um nome surge com frequência no sistema financeiro internacional: Goldman Sachs. Entre escândalos e corrupção este banco de investimento nunca teve tantos lucros e influência.
Bem-vindo ao submundo dos verdadeiros governantes mundiais.
Salários milionários.
Este ano o CEO da Goldman Sachs, Lloyd Blankfein, vai receber um prémio anual de apenas 9 milhões de dólares. Digo apenas, porque em 2008 esse prémio tinha sido de 68 milhões. De qualquer maneira, ele não está propriamente na miséria, só em títulos da Goldman Sachs tem uma fortuna calculada em cerca de 500 milhões de dólares.
O senhor Blankfein dirige o mais prestigiado banco de investimento de Wall Street e é considerado o mais poderoso não só pela sua riqueza, mas também e sobretudo pela sua teia de influência no mundo do poder.
Em 2008, o mundo descobre que um banco, até aqui desconhecido do grande público, o Lehman Brothers, podia por em perigo a economia mundial. Abandonado pela banca central americana, a sua falência dia 14 de Setembro de 2008 desencadeia a maior crise financeira da história.
Com a falência da Lehman Brothers sobra um banco dominante neste sector: o Goldman Sachs. Esta instituição poderosíssima está em todas! Crise grega? Goldman. Queda do euro? Goldman. Recusa de regulação dos mercados financeiros? Goldman. Eliminação do Lehman Brothers? Goldman. Venda de 44% das acções da BP, três semanas antes da catástrofe. Goldman.
Os tentáculos do poder:
A sua rede de influência está presente nos principais sectores financeiros, económicos e políticos.
Vejamos:
- Henry Paulson, número dois da Goldman Sachs (GS), tornou-se secretário do tesouro americano de George Bush;
- Robert Rubin, foi o patrão da GS depois de ter sido secretário do tesouro de Bill Clinton;
- Donald Sutherland, antigo comissário europeu da concorrência, ex-presidente da Allied Irish Bank, do GATT (agora OMC), da BP, tornou-se presidente da Goldman Sachs Internacional;
- Mario Draghi, governador da banca italiana tornou vice presidente da GS Internacional;
- Mario Monti, ex-comissário da concorrência em Bruxelas, tornou-se conselheiro de negócios estrangeiros da GS;
- Otmar Issing, ex-director da Bundesbank, tornou-se conselheiro internacional da GS.
Goldman Sachs ao longo do tempo multiplicou as suas acções opacas e pouco éticas: tinha participações em empresas que aconselhavam a clientes como investimento, utiliza frequentemente a técnica bolsista de venda a descoberto, especula sobre as divisas, especula sobre as matérias primas,...
Grécia: contribuição do GS num afundamento planeado.
O caso grego é paradigmático da actuação da GS ao ajudar este país a esconder a sua dívida para depois tirar benefícios do seu "investimento".
Entre 2001 e 2004, a Grécia vendia a sua dívida soberana no mercado emitindo obrigações em euros ou outra moeda aconselhada pela GS. Em 2009 perante uma dívida cada vez maior, aconselhada por Gary Cohn, o número dois da GS, a Grécia vai ser "ajudada" a sair da crise.
No fim de 2009, numa operação concertada, a agência de notação Fitch baixa o rating da Grécia. Pouco depois, no dia 27 de Janeiro de 2010, a Goldman Sachs faz correr o a informação falsa de que a China tinha recusado comprar 25 mil milhões de euros de emissão de dívida à Grécia. Apesar do desmentido grego oficial, foi o suficiente para aumentar a taxa de juro do dinheiro pedido. Goldman Sachs tinha um interesse particular nesta operação: ganhar mais-valias.
Pouco depois, a Grécia, pressionada pela União Europeia teve de substituir o seu responsável pela dívida pública Spyros Papanicolau por Petros Christodoulou. O que se esquecem de dizer é que, antes deste posto, Petros Christodoulou trabalhava para ... a Goldman Sachs.
Este excelente livro de Marc Roche (apenas em francês), revela um pouco deste banco ultrasecreto, um dos mais poderosos do mundo, infiltrado em todos os negócios fianceiros, de grande promiscuidade com a classe politica e interlocultor priviligiado das grandes organizações internacioanis e do FMI.
Publicado por Octopus: http://octopedia.blogspot.com/
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