25 de agosto de 2009

Sem Eira Nem Beira


Salvem os Ricos




Homens mais ricos proporcionam mais prazer às mulheres durante relações sexuais, segundo afirma uma pesquisa recém-publicada de dois cientistas da Universidade de Newcastle, na Grã-Bretanha. Segundo o estudo, quanto mais rico é o parceiro, mais frequentemente sua parceira chega ao orgasmo.
Os autores da pesquisa acreditam que esse resultado é condicionado por uma “adaptação evolucionaria” que faz com que as mulheres instintivamente seleccionem seus parceiros de acordo com a sua percepção de qualidade.
Para chegar à conclusão, os evolucionistas Thomas Pollet e Daniel Nettles usaram informações de uma pesquisa chinesa que contém a maior base de dados já recolhida sobre estilo de vida, saúde e família.
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Na verdade o que eles não levaram em conta é que as mulheres estão dispostas a fingir mais o orgasmo quando o cara é rico...

Mas por esta noticia o dito popular de "Mulher não gosta de Homem, Gosta de Dinheiro" nunca foi tão real. "Pussy Magnet" realmente existe e provavelmente você que tá lendo isso não tem a possibilidade de fazer uma mulher gozar.

É meu amigo... "Cara de palhaço, pinta de palhaço..."

In "http://awayworld.blogspot.com"
Para ver e ouvir "Salvem os Ricos" com "Os Contemporâneos" clique em
http://www.youtube.com/watch?v=pI3z1c53J4g&feature=related

13 de agosto de 2009


Não me indigno, porque a indignação é para os fortes; não me resigno, porque a resignação é para os nobres; não me calo, porque o silêncio é para os grandes. E eu não sou forte, nem nobre, nem grande. Sofro e sonho. Queixo-me porque sou fraco e, porque sou artista, entretenho-me a tecer musicais as minhas queixas e a arranjar meus sonhos conforme me parece melhor a minha ideia de os achar belos.

Só lamento o não ser criança, para que pudesse crer nos meus sonhos, o não ser doido para que pudesse afastar da alma de todos os que me cercam...

Do Livro do Desassossego de Fernando Pessoa

11 de agosto de 2009

Choque de Planetas

A NASA, agência espacial americana, divulgou nesta segunda-feira em seu site uma concepção artística que mostra uma possível colisão em alta velocidade entre dois planetas ao redor de uma jovem estrela. O impacto, segundo evidências captadas pelo telescópio espacial Spitzer, envolveu dois corpos rochosos - um deles tão grande quanto a Lua e outro do tamanho de Mercúrio - e teria ocorrido nos últimos mil anos ou mais.

Os astrónomos informaram que a gigantesca colisão destruiu o corpo celeste de menor tamanho, espalhando enormes quantidades de rocha e expelindo camadas de lava quente pelo espaço. Os detectores infravermelhos do Spitzer captaram sinais das rochas vaporizadas e de fragmentos recongelados de lava, chamados de tectitas (tipo de mineral de vidro natural que se forma no espaço).

"O choque deve ter sido enorme e incrivelmente em alta velocidade para a rocha ter se vaporizado e derretido", disse o cientista Carey M. Lisse, da Universidade Johns Hopkins e principal autor do estudo, descrito na edição de agosto da revista Astrophysical Journal. Conforme o pesquisador, a colisão foi similar à que causou a formação da Lua há 4 bilhões de anos, quando um corpo do tamanho de Marte se chocou contra a Terra.

Para se ter uma ideia da força da colisão, os astrónomos explicaram que os dois planetas estariam viajando a uma velocidade de pelo menos 10 km/s antes de se baterem.

A estrela observada pelo Spitzer é a de nome HD 172555, que teria 12 milhões de anos e está localizada a cerca de 100 anos-luz da Terra, ao sul da constelação Peacock (Pavão). Em comparação com a idade da estrela, os cientistas lembraram que o Sistema Solar tem 4,5 biliões de anos.

Estamos Todos Ligados?


DESDE o princípio dos tempos que os seres humanos, fascinados com o céu nocturno, davam a sua interpretação do que viam, esperando relacionar-nos de alguma forma com a galáxia e o universo. Mas não é preciso astrologia nem antigas superstições, pois a história verdadeira revela uma ligação que é mais forte do que a maioria imagina.

Há muitos, muitos anos, os átomos essenciais que constituem o nosso corpo e que, em última análise, tornam a vida possível foram produzidos nas estrelas. O processo chama-se fusão nuclear, algo que já sabemos produzir artificialmente em laboratórios, mas que ocorre, desde o princípio dos tempos, no núcleo das estrelas.

Se olharmos para a tabela periódica, o primeiro elemento que surge é o hidrogénio. Na primeira fase de fusão, dois átomos de hidrogénio fundem--se, originando um átomo de hélio. Este processo liberta grandes quantidades de energia, a qual poderá chegar a nós sob a forma de luz e de calor.

A cadeia repete-se, então, com a fusão do hélio em elementos mais pesados. O oxigénio do ar que respiramos assim como o carbono e o azoto do nosso organismo foram todos gerados, em dada altura, através deste processo.

Como depois nos tornámos um planeta é uma história complexa de formação de estrelas, explosão de supernovas, colisão de galáxias e muito mais, mas a conclusão é esta: não há nenhuma relação distante ou misteriosa, nós somos, simplesmente, filhos das estrelas.

Nicolas Wharf- Astrofísico No Jornal i

9 de agosto de 2009

Causa e Efeito


*A Lei da Causa e Efeito

"Toda a Causa tem seu Efeito, todo Efeito tem sua Causa; tudo acontece de acordo com a Lei; o Acaso é simplesmente um nome dado a uma Lei não reconhecida; há muitos planos de causalidade, porém nada escapa à Lei."
A Lei da Causa e Efeito é o corolário da Lei dos Ciclos. Os ciclos sucedem-se na Natureza, regendo os fenómenos físicos e espirituais ("Físico" e "Espiritual", consoante a Lei da Polaridade, são aspectos de uma realidade única, diferenciada por gradação do espectro de frequência). Assim como o ciclo evolutivo amolda um período de predominância de razões económicas para a produção industrial sem preocupações ambientais, os ciclos climáticos, dentre outros, progridem na mesma batuta, acompanhando, momento a momento, o ciclo evolutivo e tudo o mais. Equivale a dizer que as alterações climáticas têm relação de causa e efeito com o excesso de poluentes lançados na atmosfera.
Observando o fenómeno do desenvolvimento da consciência humana, os actos e atitudes do ser geram consequências para si e para outrem. Tão-logo o ciclo do desenvolvimento consciencioso atinja o estágio da compreensão do carácter lícito ou ilícito de um acto, inicia-se o ciclo da responsabilidade do homem por tudo o que faça ou deixe de fazer. É a partir desse ponto que nasce o conceito de carma, referido aqui como consequência do acto realizado por livre escolha.
De: Starlili-Starlili

Os Idiotas



O maior prazer de um homem inteligente é passar por idiota diante dos idiotas que querem passar por inteligentes.
Confúcio (filósofo chinês 551 a.C.-479 a.C.)

7 de agosto de 2009

O Anti-Cristo veio à terra.

No dia 6 de Agosto de 1945, o Anti-Cristo manifestou-se!
Ainda hoje decorridos 64 anos há gente que sofre devido a essa manifestação, e lentamente o mundo vai esquecendo, como se o mundo pudesse alguma vez esquecer o Horror, o Sofrimento, a Dor, a Barbárie de tão vil atitude.
Perdoa-lhes Pai, porque eu não consigo.

2 de agosto de 2009

Mudam as moscas...

Parabéns Zéca, pelo teu aniversário. Continuas e continuarás sempre em nosso peito até que os tempos se extingam.
Se em Portugal, os dirigentes fossem pessoas decentes, há muito que nas escolas e nas universidades o teu legado era estudado, divulgado, investigado, para que as novas gerações sentissem o que é um país viver no obscurantismo, dezenas e dezenas de anos.
Somos os mais atrasados da Europa, culturalmente e profissionalmente; somos os mais pobres, somos os mais explorados, somos os mais amordaçados.
«A ideia de que há democracia porque se pode exercer uma alternância de partidos no poder é bastante perigosa. Não existe democracia se não existirem projectos diversos.»(Mia Couto)
Em Portugal não há projectos. Os sacanas vão continuar a enriquecer explorando os mais fracos, vão continuar a enviar os filhos para os EUA e para a terra dos "bifes" para estudarem!!! Porque por cá o ensino é uma merda (dizem eles, olha a nossa sorte).Temos a gasolina mais cara da Europa,temos a electricidade mais cara da Europa, temos as comunicações mais caras, temos a água mais cara, temos os impostos mais elevados, temos as portagens nas auto-estradas das mais elevadas, temos o ordenado mínimo mais baixo, temos o Exmo. Senhor Governador do Banco de Portugal que tem o terceiro ordenado da União Europeia mais elevado (ganha mais que o Governador do Banco Norte-Americano), os Gestores da coisa pública ganham num ano o que toda a minha família não ganhou em 100, (por isso é que a crise não nos atingiu, graças a Deus e a esses Gestores) enfim, somos um país de colarinhos brancos, projectos? Só do Sr. Madaíl ou da Praça da Alegria.Uma pergunta que há muitos anos ninguém coloca, Portugal ainda tem algum ouro de reserva, cá ou no estrangeiro?
Pois é Zéca, as moscas mudaram, mas a merda continua a mesma. Mia Couto diz que « o escritor não pode ficar calado», assim como «nenhum cidadão deve ficar resignado».
Num país onde a comunicação social (os novos cães de guarda) vive amordaçada (entrevista o CastelBranco e deixa-te de merdas ou és despedido) onde a liberdade de expressão se resume apenas à Internet e a alguns escritores, temos de nos resignar, por isso somos um país de gente triste, apesar de termos imenso sol. Resta-nos a esperança de tudo afundar, eles já nos roubaram tudo (quase tudo), agora roubam-se a eles próprios e os alicerces estão a apodrecer.
Num país onde um "carniceiro" (leia-se P.I.D.E.) foi agraciado com uma pensão, e a um libertador ( Salgueiro Maia) essa mesma pensão foi recusada, e passados 20 anos o protagonista ( que chegou a presidente do burgo, vejam lá) deste triste episódio, pede desculpa à Viúva e diz que foi a burocracia que não permitiu; Num país onde o Senhor Paulo conseguiu ser Ministro da Defesa; Num país onde um Senhor Engenheiro vai trabalhar para a CGD (que deveria ser um banco de todos nós, pagamos para isso) apenas 16 meses e fica com uma reforma de quase 20.000 euros por mês; Num país onde se entra "teso" para o governo e sai-se para uma Multi-Nacional com uma fortuna acumulada; Num país onde não se escuta José Afonso, José Mário Branco, Sérgio Godinho,Vitorino, Fausto e tantos outros, só posso esperar que os alicerces apodreçam e que alguém comece a construir isto de novo, mas agora com gente simples.
Obrigado Zéca.

Pequena dor

Cai a madrugada, na TV passa Rodrigo Leão (como estou de costas,coloquei a gravar) pego num copo alto e fino, quase que o encho de gelo, deito o whisky lentamente para ele absorver o frio dos cubos e continuo a navegar.Preciso de ver rostos felizes vou fazendo clique e eles desfilam pelo ecran como as estrelas desfilam pela noite. O sofá está preparado, mas eu ainda não. Apesar de estar fatigado continuo a sonhar acordado tentando disfarçar esta angustia que me devora aos poucos sem piedade. Salto de blogue em blogue, a maior parte dos seus autores esconde o rosto por detrás de um quadro qualquer, ainda bem que há excepções e são esses rostos anónimos, distantes, que partilham a noite comigo, parei num que fala de rosas e de beijos,lembrei-me logo dos espinhos para não me entusiasmar, estou cansado muito cansado fico a ouvir Rui Veloso,amanhã talvez seja outro dia.

1 de agosto de 2009

Eis o registo da última aparição da Virgem, lá para os lados do Alentejo

Um destes dias acordei perto do ponto de congelação.Acordei com um espirro (Tal não foi a violência do mesmo, que parte da "cremalheira" saltou), é que dormir no sofá não é desagradável de todo (vale mais dormir só, que mal acompanhado) mas tem os seus inconvenientes. Ciclicamente (de duas em duas horas) os motores do aquário roncam de tal maneira que mais parece o camião da recolha do lixo, e os "lençóis" soltam-se com frequência daí que perto da madrugada seja fácil eu acordar com espirros violentos e temperaturas muito perto das da minha relação. Só que neste dia a coisa foi diferente, tão assustado que estava que decidi ir até à Net e vejam o que encontrei. É caso para dizer que «há espirros que vem por bem»

Clique na barra de vídeo "Virgem Suta aparece no Alentejo" e delicie-se.

O CONFRONTO INVEJOSO


Nós desejamos aquilo que vemos. Ser como os outros, ter o que os outros têm. Desde meninos começamos a olhar os nossos irmãos, os nossos pais. Em adultos observamos o que fazem os nossos vizinhos, os personagens do espectáculo, identificamo-nos com eles.O desejo é uma energia atiçada a partir do exterior . O contacto com as outras pessoas estimula-nos, seduz-nos, tenta-nos, leva-nos a querer-mos sempre mais, sempre novas coisas, a colocarmo-nos metas cada vez mais elevadas, a irmos mais além. Mas esta incessante actividade de desejo provoca, inevitavelmente, frustrações. Nem sempre conseguimos obter aquilo que obtiveram os que nos serviram de modelo. Somos então obrigados a dar um passo atrás. Este recuo pode assumir diversas formas:de cólera, de tristeza, de renúncia. Ou mesmo de renegação do modelo com que nos tínhamos identificado.Para repelir o desejo, repelimos a pessoa que no-lo havia indicado, desvalorizamo-la, dizemos que não merece, que não vale nada.
É esta a primeira raiz da inveja.
A outra raiz da inveja apoia-se na necessidade de julgar. Para sabermos o que valemos comparamo-nos com qualquer outro. Começamos em crianças a compararmo-nos com o nosso irmão, ou é a nossa mãe que nos compara com ele. E depois continuamos ao longo da vida com os amigos, com os colegas, com os que nos superaram e com os que deixamos para trás; por vezes, valorizamo-nos, outras somos valorizados. Isto aconteceu em todas as épocas, acontece em todas as culturas, nos homens nas mulheres, e ninguém lhe pode escapar. Melhor ou pior, por cima ou por baixo, mais e menos, bem e mal, elogio e reprovação, sucesso e insucesso, tudo isto são comparações. Para pensarmos em nós próprios estamos condenados a compararmo-nos com outros seres humanos, com as suas qualidades, com as suas virtudes, a sua beleza, a sua inteligência, os seus méritos. No fundo de qualquer valorização há sempre «alguém» que constitui a nossa medida, que no confronto se instala no centro do nosso ser. Queremos ser melhores, superiores, mais apreciados. Não há qualquer limite para esta ambição, para esta ascensão. Por isso não há fim para o confronto, para o juízo, para o ilimitado suceder-se de valorizações, ora melhor, ora pior, ora um passo em frente, ora um passo para trás. A energia social de conjunto é o produto desta força ascensional, desta propulsão comparativa. E se não conseguimos, se a comparação for em nossa desvantagem, sentimo-nos diminuídos, desvalorizados vazios. Procuramos, então, proteger o nosso valor. Aqui ainda podemos fazê-lo de muitas maneiras: renunciando às nossas metas, tornando-nos indiferentes, ou então procurando desvalorizar o modelo, baixando-o para o nosso plano. Este mecanismo de defesa, esta tentativa de nos protegermos através da acção de desvalorização, é a INVEJA.
A inveja é, por isso, uma paragem, uma retirada, um estratagema para nos subtrairmos ao confronto que nos humilha. É uma tentativa de abastardar o estímulo desvalorizando o objecto, a meta, o modelo. Mas é uma tentativa incongruente, porque o objecto do desejo e o modelo continuam ali, como uma teia na qual a alma se debate prisioneira. Desejar e julgar são dois pilares do nosso ser, mas também a fonte de inveja. E a inveja mostra-se sempre, como um esplendor, ao nascer de qualquer desejo e ao aparecer de qualquer valor. Porque todo o desejo encontra sempre qualquer obstáculo, toda a comparação pode pôr-nos em dificuldades. Em toda a ambição desejosa há risco de naufrágio. Em toda a aspiração há a possibilidade de nos extraviarmos.
Todos os nossos movimentos deixam de ser um procedimento rectilíneo, seguro, impertubável. Corremos para a frente,depois paramos, olhamos em redor, voltamos novamente a proceder com prudência. A seguir reassegurados, voltamos a fazer outro avanço. O fluxo vital é um contínuo suceder-se de explorações, de tentativas e de erros, de avanços e de recuos. O momento de paragem, de refluxo, de recusa, faz parte integrante do processo, é-lhe essencial. A inveja é um acto de defesa, uma tentativa de nos recolhermos num refúgio, numa fortaleza, com medo do que nos espera. É por isso a sombra negra do nosso esforço vital, a omnipresente força contrária à nossa vontade.
A inveja tem as suas raízes nas nossas motivações mais profundas, nas nossas aspirações mais elevadas. E, no entanto, a forma como esses fins e esses desejos se nos revelam na inveja, está distorcida e é repugnante. Não é um esforço límpido, luminoso, uma corajosa marcha em direcção à meta, não é sequer uma aceitação consciente do desafio. O desejo frustrado regressa através da nossa concentração obsessiva em alguém que conseguiu ser bem sucedido onde falhámos, e nós não estamos apenas descontentes com o nosso insucesso, mas cheios de ódio pelo que venceu. A inveja tem raízes no modelo, mas esse modelo, através do processo da inveja, transforma-se numa figura em que não podemos pensar sem nos sobressaltar-mos, sem sermos tomados de raiva e de desânimo. Se os nossos desejos são gerados pela presença dos outros, se o juízo sobre nós próprios é o resultado de uma comparação, a vida, no seu fluir impetuoso, é deixar-se arrastar por esta corrente. É aceitar, ou esquecer, ou não querer saber, que uma grande parte dos nossos desejos nos é instigada pelos de fora, que a ideia que temos de nós próprios é o murmúrio de uma multidão, o reflexo das suas palavras, que não possuímos uma substância interior, autónoma, independente.
A inveja é uma tentativa inútil, sem resultado, de nos subtrairmos a esta condição humana, a este ser forjado pelos outros, pelas suas palavras, pelos seus juízos. É um protesto rancoroso contra esta substância evasiva que avilta o nosso ser. É uma revolta contra a nossa falta metafísica de autonomia. Mas é um protesto cheio de má-fé, porque apenas o agredimos quando nos sentimos vacilar, não antes. Pelo contrário, antes, clamávamos a construção da nossa segurança e do nosso valor com base nesses mesmos confrontos. A inveja é um protesto de um batoteiro que se lembra de ter feito batota, quando começa a perder. Nessa altura quereria fazer um jogo leal, mas não o pode fazer porque pensa que todos fazem batota e, não confia neles, como não confia em si próprio.
A inveja é a maldade contra os outros quando pensamos que a sociedade, o mundo, não são suficientemente bons para connosco. É um veneno que colhemos e com o qual intoxicamos o ambiente. E neste ambiente nos movimentamos incomodamente, temos dependência e medo. Mas, mesmo quando somos nós os invejados, sentimos esse ar envenenado, maléfico. A inveja dos outros fere-nos, envenena a nossa vida. A inveja é agressividade. Se muitos te invejam, se muitos procuram, por todas as formas, diminuir o teu valor, desacreditar a tua imagem, se essa acção de intoxicação continua dia após dia, acabas por te sentir sofucar. Fazes qualquer coisa que tem valor e apercebes-te de que suscita zombaria. És amável e, como resposta, obtens troça. Redobram os esforços e aumenta a hostilidade dos teus colegas, dos teus parentes, daqueles que melhor e mais facilmente te deveriam compreender, que deveriam demonstrar-te o reconhecimento que sentes que mereces.
Há momentos em que podes aperceber a inveja como uma presença agressiva, tangível. Podes ouvir, como um animal que possui um sexto sentido, o bater, o pulsar da agressividade. E apercebes-te de que este pulsar enche a sala em que entras, deforma os vultos que te esperam. Enquanto que antes, quando abrias uma carta, vias apenas as palavras, lia-las com o seu significado literal, passas então a perceber entre as linhas, por detrás delas, a imundice, o ódio daqueles de que está impregnada essa carta, dos quais ela nasceu. Durante uma conversa, nas alusões, nas zombarias,na ironia, sentes o odor nauseabundo. Odor de homens selvagens, odor de carnificina, odor de cães de caça.
"In «OS INVEJOSOS» de Francesco Alberoni/Bertrand Editora"
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