Apesar da crise económica, os
lucros da Galp não param de subir. Subida de 43% em 2010 em relação ao
ano anterior, ou seja 306 milhões de euros, sendo que a Galp domina mais
de 50% do mercado de combustíveis em Portugal.
A
pergunta que impõe é: porque é que os preços de venda ao público são
tão elevados? As petrolíferas defendem-se com argumentos amplificados
por alguns media.
A principal razão dos elevados preços de venda ao público dos combustíveis em Portugal é a carga fiscal.
Falso.
É verdade que a carga fiscal é elevada, mas não mais do que na média
dos países europeus, bem pelo contrário. No gasóleo a carga fiscal era
de 48,2% do preço de venda em 2010, enquanto a média da União Europeia
era de 50,1%. Na gasolina era de 59,6% em Portugal, sendo ligeiramente
inferior na União Europeia: 57,2%. A venda de gasóleo é 3 vezes superior
à da gasolina.
A Galp afirma não deter o monopólio da refinação no país.
Falso.
Em Portugal existem duas refinarias: a de Sines e a do Porto, sendo a
de Sines uma das maiores da Europa. Ambas são da Galp. Um aumento dos
lucros da Galp deve-se ao facto da margem de refinação ter vindo a
aumentar, não sendo sujeita a qualquer controlo, quer do governo, quer
da Autoridade da Concorrência, dos preços até à saída da rafinaria.
Assim,
entre 2009 e 2010 o aumento da margem de refinação teve um aumento de
80%, passando de 1,5 dólares para 2,6 dólares por barril.
A variação do preço do combustíveis reflete a variação do preço mundial do petróleo.
Falso. Parte dos elevados lucros provem do chamado “efeito stock” que resultam desta empresa ter adquirido o petróleo que consumiu na produção de combustíveis a um preço inferior àquele que depois facturou aos consumidores. Esses lucros são assim obtidos de forma especulativa e à custa dos consumidores. Além disso, as descida do preços dos combustíveis nunca acompanha as descidas do preços do petróleo, apesar do inverso acontecer.
Falso. Apesar da Autoridade da Concorrência continuar a afirmar não encontrar indícios de concertação de preços no sector dos combustíveis, a simples abertura por parte da Galp de um posto de gasolina de baixo custo, no ano passado, vem dar razão a quem pensa o contrário.
É evidente a inoperância do regulador da concorrência português face
aos excessivos preços dos
combustíveis. O presidente do ACP vai mais longe numa entrevista à Lusa:
«O presidente e os órgãos da
Autoridade da Concorrência são nomeados pelo Governo e 28 por cento
dos impostos dos portugueses vêm do sector
automóvel. Não convém ao Governo que a Autoridade da
Concorrência vá até ao fundo da questão».
O
facto de os automobilistas verem preços iguais nas bombas de
combustíveis é explicado por Manuel Sebastião, presidente da Autoridade
da Concorrência, aos deputados da Comissão de Assuntos Económicos e
Energia: ""Copiar os preços não constitui qualquer ilícito"...
http://economico.sapo.pt/
http://www.eugeniorosa.com/
http://aeiou.expresso.pt/
http://www.abae.pt/programa/
http://www.galpenergia.com/PT/
http://www.cmjornal.xl.pt/
http://www.agenciafinanceira.
Fonte: Octopus
*: Opinião pessoal
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