Um conjunto de pediatras
lembrou-se de estudar o facto de algumas vacinas serem menos eficazes
nas crianças dos países sub-desenvolvidos em relação às dos países
industrializados. Até aqui tudo bem.
Chegaram à conclusão que a presença de grandes quantidades de IgA no
leite materno inibe a eficácia das vacinas administradas. Até aqui,
continua tudo bem.
O
inacreditável está na conclusão do estudo: para eliminar esse problema,
o aleitamento materno deveria ser atrasado de maneira a que as vacinas
possam produzir o seu efeito.
Este estudo, publicado pelo "The Pediatric infectious disease journal", pode ser lido aqui: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/ pubmed/20442687?dopt=Abstract
Desde
há muito tempo, que sabemos que o leite materno é o meio mais seguro e
eficaz para reforçar o sistema imunitário do recém-nascido. Também está
provado que as crianças amamentadas são mais resistentes às infecções,
nomeadamente otites e gastroenterites.
Vários
mecanismos imunológicos e não-imunológicos contidos no leite materno
opõem-se à proliferação bacteriana. Um desses mecanismos são os
anticorpos.
Nota:
Anticorpos: são
moléculas produzidas pelo nosso organismo pelo desencadear do mecanismo
de defesa imunitária específica, em resposta à presença de um dado
antigénio.
Antigénios: são
moléculas estranhas ao organismo que, quando surgem no interior deste,
levam ao desencadear de mecanismos de defesa, nomeadamente, de
anticorpos.
Sem querer entrar muito em pormenores, é de salientar que apesar do
recém-nascido ter uma quantidade reduzida de anticorpos, ele não
necessita deles em grandes quantidades, em condições fisiológicas
normais, dado estar sujeito a estímulos antigénicos fracos.
No
entanto, além dos anticorpo fornecidos pela mãe durante a gravidez por
via trans-placentária, o leite materno contém uma grande quantidade de
anticorpos específicos que vem assim preencher a fraca produção do
recém-nascido.
Sob
a influência dos estímulos antigénicos externos, quando a criança chega
a um ano de idade, já possui cerca de 80% da quantidade que terá na
idade adulta. E isto tudo de uma forma perfeitamente natural.
Portanto preconizar a suspensão do aleitamento materno para aumentar a
suposta eficácia de vacinas de que a criança não necessita, não passa de
um grande disparate.
Por: OCTOPUS
1 comentário:
Olá...
É deveras engraçado!
Isto de mamar já não é como antigamente!
Abr
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