QUE LIBERDADE OU QUE DEMOCRACIA VIVEMOS! A QUE LEGALIDADE ASSISTIMOS?
Quando
as pessoas dizem ou pensam que vivem em democracia, quando dizem que a
manifestação de 22/03/2012 bem como todas as anteriores eram legais, e
por tal se chocam muito com a brutalidade policial nas mesmas. Quando
dizem que em ditadura é que as manifestações são proibidas e reprimidas e
somente lamentam os acontecimentos ou meramente se indignam com eles
sem entenderem o seu real significado.
Quando dizes que só nos
governos PSD é que se vê isto. Tudo isto encerra em si um alto
pensamento NAIF em política. Essa maneira de pensar da maioria das
pessoas é perigosa por não ser suficientemente lúcida acerca do que é
politica.
Elas não sabem, não entendem ou esqueceram, que o poder está
nas mãos de uma classe e que ela oprime as restantes. Que não há, por
tal, nunca, mas nunca, neste quadro social, qualquer tipo de liberdade
ou de democracia, são só concessões temporárias. Dai a sua ingenuidade
política, pelo facto de ainda não terem entendido isto e o memorizarem
bem na sua mente.
A política é muito mais do que se possa
imaginar. Não é um jogo em, ou na "democracia", porque não existe
democracia alguma na sociedade. Nem é uma perspectiva de mudança, ou uma
oportunidade para melhorar a sociedade ou as condições de vida das
pessoas. Só porque existem partidos e eleições, ou porque nos deixam
falar, ou porque nos permitem a "liberdade" de nos manifestarmos, isso
não é e nem significa democracia.
Tudo isso é uma fachada. O
essencial está salvaguardado e enquanto o estiver, ou seja, o poder nas
mãos da classe dominante, o jogo se vai jogando. Mas este “jogo” está
viciado à partida, porque eles, a classe dominante, neste jogo do
monopólio, do Carnaval Eleitoral e “democrático”, estão com a "banca" em
suas mãos e subvertem o jogo, quando eles entenderem e sempre que o
intendam.
Toda a governação, todo o governo feito mandante de
todos, defende apenas e somente o mais importante, os privilégios de
classe, a manutenção do poder nas mãos da classe burguesa. Por isso é
normal esta actuação. Não a vermos assim é sermos naif, ingénuos demais.
Não há aqui qualquer legalidade na manifestação.
Não é nesta
dimensão que temos de analisar as coisas. Legal, seria ela ser feita em
apoio de uma causa de todos, não contra alguém. Entenda-se que
legalidade não é nos podermos manifestar, isso é um direito, direito que
foi conquistado. Ainda que a classe dominante diga respeitar a
"legalidade" deste tipo de manifestações, isso é uma falsidade. Ela
apenas concede, por enquanto, esta aparente liberdade e aparente
legalidade, que mais deve ser um direito, de nos manifestarmos, porque
ainda não tem a força e o total da opinião pública da parte dela.
No dia que o tenha tudo muda de figura. Deixa de haver legalidade, ou
direitos, ou o que quer que seja de espécie alguma. O que temos é uma
determinada conjectura, o que vivemos é um quadro conjectural
temporário. Quando as forças que nos antagonizam, quando a classe
dominante o conseguirem alterar, tudo vai ser diferente.
Claro
que a luta está na rua, está no ar. Quem vai vencer esta luta, quem vai
sair vencedor não sabemos, se nós se eles. Em última análise, a
história dar-nos-á a vitória, porque não se pode contrariar a roda da
história. A missão do inimigo é fazer com que ela ande o menos rápida
possível. A nossa missão é fazer o contrário. Podemos perder esta
batalha não a vitória final do avanço da história. A luta ainda só agora
começou! A luta, pode ser bem mais dura e mais prolongada. Deixem-se de
ilusões e de ingenuidades!
Sem comentários:
Enviar um comentário